quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Intro

Tive muito receio de trazer estas memórias que se seguirão a público. Afinal... ¿quem estaria interessado em saber o que um insignificante boneco de LEGO pensa sobre o mundo que o cerca?
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Decidi fazê-lo por três razões:
Primeiro, descobri que nem todos os humanos são tão deploráveis como pensava. (Aliás, conheci um que se prontificou a digitar algumas palavras que eu ia ditando – as teclas ficam longe demais umas das outras para mim.) Sabe... os humanos são cheios de falhas (¿de onde viriam elas?), mas alguns têm a interessante característica de reconhecê-las e se esforçar por modificá-las... Creio que, por estes poucos indivíduos, talvez a humanidade toda valha a pena.
Segundo, descobri não ser tão insignificante assim. Sou parte dos produtos do capitalismo, produzidos pela indústria do entretenimento (?) humano para o que eles chamam de “passar o tempo”. De qualquer forma, recebi algumas notícias esparsas que nós, humildes bonecos de LEGO, temos sido usados na educação, desenvolvimento intelectual, psicomotor e até emocional de certos indivíduos. De certa forma, sinto-me privilegiado por fazer parte deste grupo.
Terceiro, descobri que sou único. Muitas de minhas peças são oriundas de outros bonecos, que se sacrificaram (ou foram sacrificados) para que eu pudesse existir – não sei por quanto tempo... Devo aproveitar o tempo antes que seja reciclado ou desmontado definitivamente
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Ah, e quanto ao ser um enxadrista... bem, isto irei revelar ao longo do tempo. Mas não sou nada perto do Grande Enxadrista que coordena o Jogo.